A Reprodução em cativeiro é a única forma real de preservação da espécie, pois a captura, o comércio clandestino e o desmatamento não deixarão de existir.
Para a reprodução dessas aves, deve-se dar preferência às gaiolas de arame, do criadeira argentino, ou maiores, com piso grande duplo, assim que retiramos um para lavar, colocamos o outro limpo no lugar. Essa grande pode apresentar pintura epóxi o que facilita a limpeza.
O ninho deve ser de bucha vegetal, dessas usadas para tomar banho, confeccionado em forma de taça. Pode-se proteger o ninho com plantas artificiais para que a fêmea sinta-se mais segura no momento do cloco.
No inicio de Setembro, coloca-se cada fêmea em uma gaiola já com o ninho e material para confecção, inicialmente fios de saco de estopa ou raízes e só quando o ninho estiver quase pronto, é oferecido algodão, com o qual a fêmea forra todo o ninho.
Para estimular a postura destas fêmeas, coloca-se próximo, mas sem contato visual, um macho pronto e cantador. Ao menos duas vezes por dia aproxima-se o macho da fêmea. Este deve cantar durante este procedimento.
A fêmea encarrega-se da confecção do ninho, quando este encontra-se quase pronto, toda vez que o macho canta, ele assume posição característica para a cópula, então coloca-se o macho na gaiola da fêmea para que ocorra o acasalamento, sendo retirado logo em seguida. A postura se dá no 2º ou 3º dia após a fecundação, obtendo-se de 3 a 4 ovos, os quais a fêmea choca 13 dias.
Os filhotes recém-nascidos são alimentados com ovos, verduras e jiló e conforme vão crescendo, a fêmea aumenta a qualidade de sementes e farinhada para os filhotes.
A anilha é colocada por voltado 7º dia, deve ser inviolada, medindo 2,5 mm, adquirida junto ao seu clube ou diretamente no IBAMA no caso de criadores comerciais. Ela é a única garantia de que esse passaro é nascido em cativeiro, sendo assim, poderá ser registrado junto ao IBAMA.
Por volta do 15º dia os filhotes deixaram o ninho e precisam de mais 15 dias para aprender a se alimentar sozinho.
A higiene é o fator da maior importância durante a reprodução, e deve ser intensificada, já que os filhotes e a fêmeas estão mais susceptíveis as doenças.
Para cada nova postura aconselha-se trocar o ninho, ou até mesmo trocar ou esterelizar a gaiola, evitando que bactérias, fungos e protozoários sejam transmitidos aos novos filhotes que virão. É uma medida bastante simples, mas que certamente trará muita alegria ao criador atento.
Doença
A principal doença que acomete os pintassilgos é a Coccidiose, provocada por protozoários do gênero isóspora. Estes protozoários habitam em destroem a células intestinais provocando hemorragias e sujeitando a mucosa intestinais às infecções secundárias, mas também posem causar septicemia (infecção generalizada) parasitando macrófagos que levam este parasita através da corrente sanguínea para para outros órgãos, tornando a doença muito mais grave, e bastante difícil de curar.
A contaminação se dá pela ingestão de oocistos encontrados nas fezes. Estes cocitos são bastantes resistentes podendo ser manter infectantes por mais de dois anos no meio ambiente.
O passaro doente fica arrepiado, dorme durante o dia tem dificuldade em descascar as sementes e emagrece. As fezes podem estar amolecidas, amareladas ou enegrecidas quando a presença de hemorragia intestinal, o mesmo esbranquiçadas quando o passaro não se alimenta de forma conveniente.
O diagnóstico final se dá pela presença de oocistos nas fezes quando observado ao microscópio.
O passaro, contaminado demora de 3 a 10 dias para começar eliminar oocistos nas fezes e pode permanecer eliminando por um período que vai de 21 dias a 6 meses, dependendo da espécie de isóspora envolvida.
Tratamento
Recomenda-se manter o passaro doente em local tranqüilo, claro, aquecido e principalmente sem contato com os sadios. Quanto a alimentação, forneça-lhe tudo o que gosta, geralmente níger, legumes, verduras e ovo cozido.
Existem diversos tipos de medicamentos. Os preventivos, chamados coccidiostáticos, que apenas impedem que o agente da coccidiose se reproduza e os curativos, chamados coccidicidas, que matam o agente da coccidiose, mas apenas por momento em que este se reproduz, então, sai de uma célula intestinal para infectar outras. Como o ciclo da coccidiose pode ser bastante longo, torna-se praticamente impossível a erradicação do problema.
Apenas o médico veterinário especialista poderá analisar o plantel, as condições de manejo,alimentação e higiene então, adotar medidas profiláticas e curativas estratégicas, para salvar pássaros doentes e evitar que novos surtos acometam todo o plantel.
O passaro com coccidiose, mesmo ratado será sempre portador, e a doença poderá apresentar-se novamente quando o sistema imunológico da ave sofre algum stress. Existem portadores sãos, que apresentam oocistos nas fezes, mas que não desenvolvem os sintomas da doença, pelo menos por algum tempo, que não se sabe o quanto. Essas aves são as principais fontes de infecção para outras aves, já que muitas vezes, estão no mesmo lote e não são diagnosticadas.
Espero ter acrescentado-lhes algo, coloco-me a disposição e desejo a todos sucesso na difícil arte de criar pintassilgos.